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Mensagem por Tatsuya Qua Abr 11, 2012 6:30 am

Foi folheando algumas páginas, nas quais Carmem Gonzalez narrava seus sonhos, falava sobre a saudade de sua mãe, da ligação com seu pai, as expectativas sobre a universidade e o motivo de ter escolhido a Gama-Tau como fraternidade. Esther sentia-se mais próxima de sua mãe lendo aquilo. A jovem se transportou imaginando-a escrevendo aquelas folhas, queria lembrar da voz dela, mas não conseguia... foi buscando nas páginas a época que sua mãe namorava Sandra, até enfim encontrar:

-- Estou ansiosa. Enfim foi deliberada a tarefa para o ingresso na Gama-Tau. Confesso que não sei ainda como fazer para seduzir uma mulher, ainda mais Sandra Williams... hoje a vi na biblioteca, é uma moça linda, muito popular também. Tem olhos ávidos por novidades, e tem uma alegria de viver incontestável. Acredito que logo mais terei oportunidade de encontrá-la, acabei descobrindo por alguns colegas que os estudantes se reúnem no Prescott’s, um bar tradicional aqui próximo ao campus, Sandra Williams me aguarde...

Esther continuou lendo, curiosa porque dessa vez ia conhecer a versão daquele encontro através de sua mãe.

-- Sandra Williams é de fato linda! E que sensação incrível foi tê-la em meus braços... nunca imaginei o quão intenso é tocar, beijar uma mulher. Como imaginei os olhos ávidos da Beta-Lo contribuíram para o sucesso do meu plano. Instiguei o quanto pude a loirinha, nos meus gestos, atitudes e olhares no bar. Senti-me vigiada todo o tempo, confesso que em alguns momentos fiquei tímida. Acabei me comportando como os rapazes ali, bebendo e jogando... mas estava totalmente atraída pela atenção de Sandra para mim. Arrisquei um momento a sós com ela indo até o banheiro, e para minha satisfação ela me seguiu... me comia com os olhos, não foi sacrifício algum roubar-lhe um beijo, na verdade teria feito o mesmo se não houvesse um objetivo implícito. Não sei o que se passa comigo, mas meu corpo pede Sandra. Desde o beijo não consigo tirá-la do pensamento...

O sentimento de Esther era indescritível, adiantou algumas páginas nas quais sua mãe narrava com detalhes cada roupa usada por Sandra quando a via, cada gesto, cada olhar. Pôde acompanhar o sentimento de Carmem para a outra crescendo, a narração da sua entrada para a Gama-Tau era fato coadjuvante. O mais importante para sua mãe era estar mais perto de Sandra. Estava descobrindo com ela o que era o amor.

-- Descobri uma cabana abandonada perto da estufa do curso de biologia. Amanhã farei uma surpresa para minha loirinha, será nosso recanto secreto. Sandra é a pessoa mais doce, pura e forte que conheço. Sinto-me a pessoa mais feliz e completa ao seu lado, quero apresentá-la ao papa no feriado de ação de graças.

O diário era recheado de declarações de amor de Carmem para Sandra. A descrição da primeira noite de amor do casal chegou a emocionar Esther, que nem via o tempo passar naquela leitura. Foi surpreendida por Amy que apertava e coçava os olhos de sono, interrogando a morena sobre o porquê ela não estar dormindo.

-- Perdi o sono, minha linda... não queria te acordar e vim pra cá –- Esther escondeu o diário por baixo de suas pernas.

-- Mas devia ter me acordado, faríamos algo mais interessante para atrair seu sono...

Amy destilava malícia em suas palavras, foi se aproximando da morena sentando-se com as pernas abertas envolvendo-as no corpo de Esther. A essa altura, a morena já estava convicta de que não conseguiria mais ler nada do diário aquela noite, não resistia às investidas de sua loirinha. Segurou com firmeza os quadris de Amy e a beijou intensamente, fazendo o desejo surgir em profusão no corpo de ambas. A boca de Esther descia pelos seios de Amy enquanto esta enleava seus dedos nos cabelos da morena. Esther deslizava suas mãos pelas coxas e bumbum de Amy despertando arrepios.

Sentiu a umidade invadir a calcinha de sua escolhida, era o sinal que precisava para abrir espaço com seus dedos no sexo de Amy ensopado. Abriu um sorriso de satisfação quando a sua loirinha gemeu e começou a mexer seus quadris intensificando a penetração dos dedos de sua amada. Os movimentos ditavam o prazer que se desenhava na face de ambas. Sequer lembraram-se de que estavam fazendo amor ali na sacada da casa. Qualquer pessoa que passasse pelas ruas das fraternidades aquela hora, testemunharia a cena de sexo explícito do casal.

Esther não ouviu seu celular tocar, totalmente absorta na paixão por Amy, como também não viu o Mercedes de Michelle estacionado do outro lado da rua. A maquiavélica mulher irritada pela morena não atender as ligações foi pessoalmente à mansão e só aí entendeu o motivo de ter tido suas ligações ignoradas. O ódio era visível em seus olhos, que encheram-se de lágrimas de um sentimento amargo e perigoso. Ficou ali por minutos, nutrindo aquele ódio ao ver no rosto do jovem casal o prazer pleno, o gozo evidente. Em seguida arrancou com seu carro maquinando como se vingaria de Esther e agora seu mais novo alvo de maldade: Amy Anderson.

O dia amanheceu e atarefada como estava com os preparativos para receber as visitas na fraternidade, Esther acordou cedo, colocou o diário na sua bolsa a fim de continuar a leitura durante o dia. Despertou Amy com um beijo, depois de se arrumarem, desceram juntas para a cozinha da casa. Continuaram no clima de romance enquanto tomavam café juntas. Durante o dia, Esther se dividiu entre as obrigações da fraternidade e da universidade com a atenção a sua amada, entretanto, guardava a ansiedade em prosseguir com a leitura do diário. Aproveitou a falta de um dos professores e se retirou para um dos jardins do campus mais afastados, aconchegou-se no gramado e continuou a folhear o diário de sua mãe.

-- As coisas estão ficando difíceis para mim e para minha loirinha. Seu noivo William, assim como os pais de Sandra, estão pressionando para marcar a data do casamento. Revelar nossa relação agora terá consequências drásticas, temo por minha bela. Nossos encontros estão cada vez mais complicados. Minha irmã guia, Rebeca, parece ter percebido algo, e tem dificultado minhas saídas da fraternidade, me enchendo de obrigações. A presidente de nossa fraternidade, Michelle, tem sido bastante atenciosa comigo, tem se revelado uma boa amiga, quem sabe posso contar com ela para ajudar a mim e à Sandra no que nos espera no futuro próximo.

Após ler tal trecho, Esther ficou em choque, pensando: "Não pode ser... é muita coincidência de nomes... seria uma grande brincadeira do destino comigo... Michelle antiga presidente da Gama-Tau? Oh não, eu saberia se ela fosse, estaria na galeria da fraternidade... já Rebeca... será Rebeca Travis?"

Prosseguiu então a leitura.

-- O noivo de Sandra reagiu muito mal ao fim do noivado. Apesar de não ter revelado os motivos, Sandra teme que ele tente nos prejudicar. Rebeca cada vez mais me sufoca! Oh Deus ela me odeia! Ontem abri meu coração para Michelle, que agora é nossa grande cúmplice, ela é amiga de William, se necessário intervirá a nosso favor. Quero passar o resto da minha vida com minha loirinha, é o amor da minha vida, nada vai nos separar!

Esther ficou extremamente perturbada com a coincidência de nomes. Interrogava-se se seria mesmo possível se tratar da mesma Michelle. Se assim o fosse, algo de muito errado havia naquela história da separação de Sandra e sua mãe, pois onde tinha o dedo de Michelle, existia também maldade. Nisso ela tinha experiência própria. Enquanto se perdia em deduções, seu celular tocou, era a própria, Michelle Roberts.
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